sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

30 de janeiro de 2012 - Campo Grande MS / Brasi


   Depois de mais um dia exaustivo de trabalho tudo que eu mais queria era um bom banho, me jogar no meu sofá e assistir um filme ate pegar no sono. Estava estressado e irritado o transito dessa cidade tem a incrível capacidade de me tirar do serio, mas do que eu já estou. Sorte que tenho me cigarro que me ajuda a manter o controle.
Já próximo da minha casa o relógio acusava 20:00 e felizmente as ruas estavam vazias, com um ou outro veiculo. O que foi suficiente pra piorar um dia difícil.
   Ouvi então uma frenagem brusca e o barulho de um carro batendo. Ao retrovisor pude ver o uma caminhonete  que se chocou contra o muro, uma pessoa jogada ao chão e um rapaz que socava com força a lataria do carro.
“É nessas horas que me pergunto porque sou enfermeiro?”
   Minha primeira reação foi atender a moça que estava  ao chão. Jovem loira, estava cheia de sangue mas consegui encontrar um único ferimento, num mesmo um arranhão, respirava normalmente e alem do sangue inexplicado, nada de grave
-Senhor mantenha a calma! – falei ao rapaz que batia no carro insistentemente, impedindo que eu atendesse o motorista.
   Já que não ouve mudança no comportamento do sujeito, tentei puxa-lo de lado. Conclui que não foi uma boa ideia.
   Fui agarrado repentinamente pelo rapaz desajustado todo sujo de sangue. O infeliz tentava me morder enquanto apertava cada vez mais forte o meu pescoço. No desespero não sabia se tirava a mão do rapaz que me estrangulava ou se impedia que me mordesse.
   Para minha sorte um outro homem agarrou o louco e juntos conseguimos tira-lo de cima de mim, depois de muito esforço. Enquanto recuperava meu folego, via o desorientado se debater na tentativa de se desprender dos braços do senhor que me ajudou.
- Mas que merda rapaz, se acalme! - gritava tentando me levantar - estamos tentando ajudar...
   Mas antes que eu pudesse terminar a frase a mulher, ate então desacordada, levanta-se e morde o samaritano no pescoço arrancando um pedaço e jorrando sangue direto da jugular.
   Com aquela imagem e o desespero tomando forma e o infeliz do rapaz atrás de mim, corri ate meu carro, travei as portas e sai cantando pneu, enquanto via o pelo retrovisor o alucinado ainda correndo atrás de mim e a mulher tirando o motorista do veiculo acidentado aos puxões.
assustado tentava dirigir, discar para policia ao mesmo tempo que mantinha os olhos grudados no espelho tentando adivinhar o que havia acontecido. quando atropelei alguém.
- Que merda de dia que não acaba!!
  Quando me dei conta, arremessei a pessoa metros a frente devido a minha velocidade. depressa fui até o pobre coitado que tentava se levantar por conta, e com poucos metros pude ver que o atropelado, igualmente aos outros estava ensanguentado e com muita raiva.
   Só pude me tomar em correr de volta ao carro, quando ao me virar esbarrei com alguém que me jogou no chão.
-mas o que esta acontecendo com todo mundo desse bairro?- não contive o grito ao ver mais um homem com raiva nos olhos aos urros.
   Enquanto me rastejava  tentando me levantar pude sentir um pedaço de galho, e quanto o tal sujeito veio em investida na minha direção, por reflexo acertei o rosto dele com toda força que pude ter naquele momento.
   Pelo menos pude derrubar um, falta outro.
   Mas antes mesmo de me recompor o segundo já estava vim em minha direção. Me joguei dentro do carro, com o bizarro aos gritos e dando socos na porta, percebi que a chaves haviam saído do meu bolso com o meu tombo.
   Com a insistência o vidro do carro estourou, e em meio aos golpes do homem, me debatendo e me defendendo dos puxões, abri a outra porta e sai correndo como nunca havia corrido na minha vida.         Eram quatro quadras ate minha casa que pareciam infinitas, meus músculos latejava e eu já estava podre de cansado, quando cheguei aos portões. Olhei em volta e não vi ninguém mas tranquei com grossas corrente e cadeado. Antes de fechar a porta chequei cada comodo da casa com aquela imagem do homem morrendo em minha cabeça.
"O que são aqueles homens?"
"Porque tanta raiva?"
"O que eles queriam?"
e principalmente "E o meu carro?"

Bastian S. Barros

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