segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

30 de janeiro de 2012 - Campo Grande MS / Brasil

19:00h

A barulheira lá fora parece ter acabado. Abro a porta do banheiro e saiu de lá. Há quanto tempo fiquei ali dentro afinal? Não tenho a menor idéia... deixei meu relógio em cima da escrivaninha do quarto. Mal terminei de tomar banho e nem tive tempo de me vestir, quando ouvi aquele barulho forte do lado de fora do meu apartamento. Será que vou lá fora ver o que houve? Talvez devesse, mas, não creio que devo arriscar. Pode ser que seja apenas uma briga de vizinhos... bem... sei lá, não me interessa. Vou ver TV que eu ganho mais.

Mal sento no sofá e ouço uma correria lá fora. Junto da correria, gritos. Gritos de desespero e medo, implorando por ajuda. Mas que diabos? Vou pegar o facão que guardo em cima do armário da cozinha e dar uma olhada pelo olho mágico. Já bem enferrujado e quase sem corte, empunho a ferramenta e vou até a porta. Nada lá fora. O corredor parece vazio. Acho que vou abrir.. talvez tenha alguém ferido, mesmo eu não tendo conhecimentos de primeiros socorros, mas talvez seja um assalto e o bandido ainda esteja lá por fora. Bem... vou aguardar mais um pouco. Como posso ser tão impaciente e curioso assim? Ah, que se foda. Vamos ver o que temos lá fora.

Abro a porta só um pouco pra dar uma olhada. Nada. Abro mais um pouco e coloco a cabeça pra fora. Ainda nada.  Começo a sair no corredor com o facão em punho. Caminho até o início da escada e nada lá embaixo tbm. Não vou descer os dez andares pra ver o que aconteceu, mas nem a pau! Vou até a janela no final do corredor e dou uma olhada. DEUS DO CÉU! O que é aquilo?????


Por que diabos aquelas pessoas estão correndo daquele jeito?!?! Muito sangue na rua! E aqueles corpos jogados ali? Que porra é essa??? Ouço um barulho de passos subindo correndo pela a escada rapidamente. Dou uma olhada, ainda assustado com a cena lá em embaixo e vejo um cara subindo correndo. A primeira coisa que reparo é no sangue ensopando sua camiseta e seu rosto. O cara parecia rosnar e estava vindo na minha direção!!! Começo a andar rápido de costas em direção ao meu apartamento.

 - Calma ae cara!!  Fica parado aí!! Já chamei a polícia e eles estão quase aí! ( mentira). Eu tenho um facão, porra!

O cara continuava subindo, já na beira da escada, ele parou e olhou diretamente pra mim. Emitiu uma espécie de rosnado e começou a correr na minha direção.

- Filho da puta! - Após mandar esse palavrão instintivamente, balancei o facão na direção dele, acertando seu braço esquerdo. Ele deu uma leve parada, olhando para a ferida que surgia e pareceu ficar ainda mais nervoso.

- Sai de perto de mim! - E corri para meu apartamento, batendo a porta logo em seguida, trancando tudo que dava pra trancar e empurrando o pesado sofá na direção da porta.

Do lado de fora, o cara espancava a porta com as mãos, gritando feito um louco. Fiquei paralisado olhando pra porta, com o corpo todo tremendo e suando frio. Meu coração estava acelerado e sentia um arrepio na espinha. Mas o que foi isso? Que droga é essa?

De repente, silêncio. Ele havia desistido. Levei um tempo para voltar a mim e corri até meu quarto para pegar o celular.

- Polícia Militar, boa noite.

- Escuta! Tem muito sangue lá embaixo! Pessoas aparentement. mente mortar e, e , caralho, um cara tentou me atacar agora a pouco! Ele estava cheio de..

- No momento, nossa linha está ocupada. Aguarde um pouco que logo lhe atenderemos. - Dizia a voz automatica do outro lado.

- Porra! - Desliguei o celular e joguei na cama. E agora?

O jeito é esperar...



Roberto Medeiros.



























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